Ética na observação de Orquídeas Silvestres, outras plantas ou Natureza em geral

Demorei muito tempo para decidir escrever este texto, mas a sua necessidade tornou-se óbvia pouco depois de publicar o meu livro das Orquídeas Silvestres da Arrábida.
Se/quando um dia vier a publicar um novo livro de orquídeas, este tipo de conteúdo será obrigatório.

Até que ponto a observação de orquídeas interfere no bem estar das plantas?
Até onde compensa com a observação, e o eventual conhecimento que daí advenha, o potencial de prejudicar as plantas em si?
Estas são as principais questões que coloco e que, obviamente, não se aplicam apenas às orquídeas silvestres mas a todos os outros seres silvestres.

E a resposta a que cheguei, passível de ajustes futuros, é que temos que nos colocar na perspectiva das orquídeas!
Sim, pode ser complicado pensar nesses termos, mas a ideia é: “Qual o benefício para as orquídeas quando se parte para as observar?”
E especialmente se estes benefícios compensam os potenciais prejuízos.

As plantas em geral têm uma desvantagem enorme em relação aos animais porque o seu funcionamento e a sua biologia, são radicalmente diferentes da nossa. Numa escala de importância estão muitas vezes, na percepção humana, mais próximos do mundo mineral que do mundo dos animais. Não sentem, não faz mal que se cortem, se usem, ou simplesmente se pisem. São descartáveis. E mesmo para quem olha para elas com mais atenção esse paradigma está sempre subjacente.

(…) não, a generalidade das pessoas não tem o direito inato de conhecer todas as localizações de todas as plantas mais raras e vulneráveis (…)

Façamos a ponte então com os animais, as aves em particular, um ponto intermédio, e que são um assunto de muitos amigos meus.
Retirado do recém publicado livro de Helder Costa e Domingos Leitão, “Onde Observar Aves na Região de Lisboa”, temos o seguinte:

A observação de aves é uma atividade que se desenvolve em contacto com a natureza e que se deve basear no respeito não só pelas aves mas também pelo ambiente e pelos outros. Nessa medida, há um conjunto de regras básicas (…)

A mais importante, sem dúvida, é que o bem-estar das aves deve estar acima de tudo. Quer isto dizer que uma boa observação ou uma boa fotografia não justificam que se cause perturbação desnecessária que possa pôr em risco a segurança das aves ou alterar o seu comportamento normal, nem tão pouco justifica que se modifique de alguma forma o habitat onde as aves se encontram.

Efectivamente muitos locais de observação de aves têm abrigos para escudar a aves da presença humana e mesmo assim o acesso é condicionado, por vezes é mesmo proibido. E a necessidade compreende-se facilmente quando estamos perante aves ameaçadas, raras ou em que o conjunto do ecossistema detenha um diversidade que é importante preservar.
Será assim tão diferente para as plantas?

Ainda assim não é difícil encontrar pessoas ofendidas, como muito recentemente vi numa publicação nas redes sociais onde a LPN e o ICNF apelavam a que não se divulgassem os locais onde existe e se está a recuperar a Águia-imperial, porque as localizações de espécies ameaçadas lhes estavam a ser escondidam e se achavam com todo o direito de as conhecer.

Há não muito tempo, alguém avistou uma ave limícola rara numa zona da costa portuguesa. A informação espalhou-se como fogo no capim e, no mesmo dia, algumas dezenas de pessoas foram ao local para fotografar a ave. A excursão continuou nos dias a seguir. Ainda que em geral essas pessoas se mantenham a alguma distância (não são todas) e fotografem com tele-objectivas, que impacte terá isso para uma ave que acaba de tentar estabelecer um novo local de paragem ou mesmo nidificação? Que benefício essa acção traz para a ave? O que vai resultar de tanta actividade para a preservação ou manutenção da espécie?
Voltemos por um instante à Águia-imperial, um animal extremamente sensível ao vasto habitat que precisa para se sentir em casa? Que ganho adicional existe para o animal que mais um “caçador de troféus” vá obter a sua fotografia? E que prejuízo poderá advir daí?

Sim, eu sei que os caçadores de troféus de hoje, os que são bem vistos, não procuram cabeças de animais para pendurar na parede ou corpos para empalhar. Mas até onde pode ir a acção de um caçador de troféus fotográficos, mesmo não destruindo directamente com a sua “arma” de obtenção dos ditos?
Que benefício representa ele para o objecto do seu desejo?

Voltando então às orquídeas.
Foi para mim uma satisfação enorme quando percebi que o meu livro estava a trazer ao tema imensos interessados e a interessar novas pessoas no assunto.
E pouco depois foi uma enorme frustração perceber, em casos pontuais, mas não únicos, que algumas plantas estavam a ser claramente prejudicadas com a nova atenção de que eram alvo.
Será afinal que vale a pena? Será que estou a fazer mais pela preservação destas plantas ou por outro lado estou a colocar em risco algumas das mais raras e vulneráveis?

Que não se coloque em dúvida que eu sou defensor acérrimo de que a responsabilidade, os bons comportamentos, a redução da negligência no tratamento e mesmo algumas boas decisões a nível mais elevado partem do conhecimento das coisas de que estamos a tratar.
Tenho na entrada do meu livro:

No final, vamos preservar apenas o que amamos, vamos amar apenas o que entendemos, e vamos entender apenas o que nos for ensinado.

Baba Dioum

Mas depois de se conhecerem as orquídeas em geral, depois de se conhecer a grande maioria das espécies e saber um pouco sobre como funcionam e do que dependem, que benefício adicional existe em se conhecerem todas as orquídeas? Em conseguir encontrar e fotografar as mais raras de todas? O que se vai fazer com esse “conhecimento” final e muito incremental? E não se esqueçam que estou a esforçar-me por ver isto da perspectiva das plantas.

Dos anos que faço observação de orquídeas fui encontrando vários potenciais prejuízos para as mesmas dessa aparentemente inócua actividade.
Num passeio há sempre pessoas descuidadas que, sem querer, pisam as plantas. Há sempre crianças pouco disciplinadas que “pintam a manta”, neste caso espezinham, mais do que deviam. Há animais de companhia que obviamente não compreendem para além da curiosidade que lhes desperta a curiosidade dos donos.
Depois há as pessoas mais interessadas na protecção. Acreditem, dentro dessas pessoas também há pessoas descuidadas e distraídas. Já vi isso tantas vezes que é assustador.
A seguir há o simples pisoteamento das plantas, das outras plantas, nem me refiro às orquídeas. As orquídeas precisam não só da protecção mecânica das plantas que as rodeiam (contra intempéries ou contra a passagem de seres humanos ou animais que naturalmente seguem percursos pisoteados em detrimento de zonas de vegetação “inteira”) como efectivamente precisam delas para a sua sobrevivência em termos biológicos, como bem saberá quem leu o meu livro. Tudo isto para além do óbvio de também as outras plantas serem importantes, algumas se calhar até mais vulneráveis que as próprias orquídeas.
De seguida há outro factor de que fui tomando conhecimento: o roubo de orquídeas silvestres, especialmente de plantas raras, dos seus habitats naturais. Seja para colocar no jardim ou para vender o outro motivo qualquer.

Durante este ano, em que lancei o meu livro, foram várias as situações em que vi, como com as aves acima, romarias para observação de algumas plantas que resultaram na sua destruição ou quase destruição. A informação precisa de localizações, que oficialmente é reservada, passa rapidamente entre as gigantescas redes de amigos e conhecidos e os caçadores de troféus fazem centenas de quilómetros para conseguirem as suas fotografias. E o que ganham as orquídeas com isso?

Áreas completamente espezinhadas de pessoas que procuravam aquela orquídea rara e, sem o saberem, já a pisaram. Fotógrafos que, sem o abrigo (que existe para as aves) para escudar as plantas e os seus ecossistemas dos mesmos, não pensam sequer duas vezes em calcar todas as “ervas” e arbustos em volta para conseguirem a fotografia perfeita. Carros a passar directamente por cima das mesmas orquídeas porque lhes disseram que estavam ali algures e, por azar, o local escolhido para parar o prémio escondeu-lhes o prémio, obviamente já entretanto destruído pelos pneus.

Então, o que eu penso actualmente do assunto torna-se mais simples.
Sim, a generalidade das pessoas tem todo o direito de conhecer as orquídeas silvestres. Em populações que não corram riscos especiais algum prejuízo para as mesmas é claramente compensado pelo conhecimento e sensibilização que é passado e pelos cuidados e resultados futuros em que isso vai resultar. Em áreas urbanas especialmente onde nenhuma segurança é garantida, mesmo que ninguém saiba das plantas, a observação de orquídeas é muito benéfica.
Mas não, a generalidade das pessoas não tem o direito inato de conhecer todas as localizações de todas as plantas mais raras e vulneráveis e isso inclui os caçadores de troféus fotográficos.

Pretende procurá-las por si mesmo? Excelente, aconselho a que o faça como eu o fiz/faço. O esforço para conseguir encontrar algumas raridades mais facilmente faz pensar no prejuízo que se causaria se os locais fossem comummente conhecidos. A não ser que se queira alguma notoriedade de ter feito a descoberta e se queira a popularidade de ser conhecido como alguém que sabe destas coisas, passa informação e tem muitos amigos por causa disso. Mesmo que essa atitude seja inconsciente e não seja mal intencionada.
Mas se é só isso, pergunto novamente, que benefício vem para uma orquídea única e vulnerável ser visitada e o seu habitat vilipendiado, se não ela própria, por uma multidão de observadores?
Seja como for que descobriu a localização desse ser vulnerável, a partir da altura em que tem essa informação essa planta passa a ser também, directamente, responsabilidade sua.

Os seus amigos são tão responsáveis como você? São mesmo? Como é que pode ter a certeza que, com as redes de contactos de hoje em dia, que se multiplicam em milhares de membros, não há uma pessoa menos responsável? Como é que pode ter a certeza que essa informação não vai parar a um desses coleccionadores, não de fotografias, mas mesmo das plantas ou de alguém que tem acesso a mercado para as vender? Como pode ter a certeza que centenas de pessoas não vão de certeza prejudicar, mesmo que sem intenção, a orquídea, ou a ave, ou outra coisa qualquer assim cobiçada?

Pois eu tenho a certeza que o prejuízo vai acontecer.
O equilíbrio entre a divulgação total da informação e o benefício/prejuízo para a natureza, está muito antes de se chegar a este ponto.

Advertisement

Publicar através da Amazon (KDP)

Tenho 5 livros publicados, 4 deles ficção e já experimentei diversos meios de publicação. Obviamente que tentei as editoras de renome mas, sendo um escritor sem nome no mercado e sem outros predicados que possam agradar às mesmas, nunca obtive resposta positiva. Aliás, sejamos honestos, em 80% das vezes não obtenho resposta, mais 18% das vezes recebo uma desculpa esfarrapa e completamente fora de tempo e em apenas 2% das vezes obtenho uma resposta honesta (foi uma vez da Porto Editora).
Por norma, estas editoras não investem em autores novos, independentemente da qualidade.

As editoras vanity (Chiado, Emporium, Cordel d’prata, etc), apesar do que digam, têm com modelo de negócio vender livros aos autores e não vender livros aos leitores. Se os autores quiserem vender com estas editoras têm de ser deles o esforço de divulgação, isto para além do pagamento generoso dos serviços da editora. O investimento da editora é, na minha experiência e na de muitos outros autores com quem falei, parco, para ser generoso nas palavras. Pode ser uma boa opção para quem não tenha conhecimentos para conseguir fazer o seu livro em todos os seus aspectos (para além da escrita em si, já que essa é, obviamente, incubência do autor). Mas se o autor tiver essa capacidade, não vejo qualquer vantagem em relação ao que eu chamo as “Publicadoras”.

A “Publicadoras” são aquelas que fornecem apenas serviços de publicação. Tudo o resto que faria parte de uma edição (revisão, paginação, desenho de capa, etc), até pode ser conseguido através delas, mas é à parte. É o que principalmente as distingue das editoras vanity.
A experiência que eu tenho é o com o “Sítio do Livro” e até posso uma ou outra vez não ter ficado agradado com o resultado final mas, ou foi culpa minha porque não sabia efectivamente fazer as coisas que não ficaram bem (e não faziam parte do contrato de publicação) ou por excesso de expectativas. Nesta, e noutras empresas do estilo, o investimento necessário é muito menor e os meios de divulgação mais interessantes, como presença na Feira do Livro e evento de lançamento, fazem normalmente parte do pacote.
São, na minha opinião, uma aproximação muito mais honesta ao mundo da publicação de livros.

Como resultado, a não ser que a nossa rede de contactos seja muito grande e adequada a estas questões de cultura ( e neste caso seria possível que uma editora “a sério” se interessasse pela publicação) as duas opções acima nunca nos levarão longe junto de um grupo mais alargado de leitores e, mais ou menos, implicarão sempre um investimento financeiro que não é certo que consigamos reaver.
Por esta razão, apesar de eu continuar a escrever, comecei a guardar os textos na gaveta em vez de os publicar.

Durante todo este processo fui desenvolvendo a capacidade de executar a um nível de qualidade profissional, todas as etapas da criação de um livro e, uma amiga mostrou-me que existem hoje em dia várias plataformas que permitem publicar um livro com muito boa qualidade, em formato papel e em formato eBook, com um investimento muito reduzido e com um potencial de distribuição ainda assim interessante.

Das várias plataformas disponíveis acabei por escolher a Amazon, através do KDP (Kindle Direct Publishing) em https://kdp.amazon.com. Ao contrário do que o nome Kindle pode parecer indicar, a plataforma permite também publicar livros físicos que ficam de imediato disponíveis para venda na Amazon. A livraria online mais famosa e com mais alcance do mundo.
Resolvi ir buscar os textos à gaveta e o primeiro, que fora escrito em 2013, foi “A Revolta de Tuong“. Para além do objectivo de colocar o livro ao alcance dos leitores, este teeve também o objectivo particular de aprender o processo de publicação da Amazon.

O livro em papel.
Devo dizer que fiquei surpreendido com o modo directo e sem problemas com que o processo decorreu. Não foi à primeira por falta de qualidade, mas apenas atribuível a mim que estava ansioso para ver se tudo funcionava e submeti um projecto que ainda podia ter melhorias significativas.
Mas o texto em PDF apresentou-se sem qualquer falha e sem qualquer impedimento e, depois de consultar as regras para a capa, que são bastante claras e concisas, o único problema que tive foi de confiar menos no previewer do KDP e mais no que via nas aplicações do meu computador. Fazendo a devida alteração nos factores de avaliação da qualidade da imagem, o resultado final foi muito preciso e extremamente fiel ao que eu pretendia.
As provas de impressão que se podem pedir antes de publicar são entregues muito rapidamente e a preço de produção.
As cópias de autor são ao mesmo preço mas o tempo de entrega é absurdamente longo. As que pedi demoraram quase um mês a ser entregues quando para compras como cliente normal no site anunciam 3 dias de tempo de entrega!
O acondicionamento destas cópias também foi muito mal feito resultando em alguns livros com os cantos quebrados e riscados/raspados por andarem à solta dentro da caixa do envio. Mas uma reclamação foi atendida e o dinheiro dos exemplares defeituosos foi devolvido.
A formação do preço de venda é outra coisa um pouco estranha. Há um preço de custo, mas ao preço de custo acrescenta-se uma percentagem enorme (à volta de 60%) para formar o preço minimo de venda e depois o ganho do autor são 60% (ou menos, dependendo dos mercados) da diferença entre o preço de venda definido e o preço minimo de venda.
Ainda é melhor que as opções de vanity acima, mas acaba por desiludir um pouco esta parte dos potenciais ganhos com uma publicação.

O livro em eBook.
Aqui tive alguns problemas. Também era o meu primeiro eBook.
O formato ePUB que o programa de paginação que uso (inDesign) cria é completamente incompatível com a plataforma kindle. É que nem sequer tenta converter porque dá logo erro. Importanto para o kindle eBook o formato PDF fica muito desformatado.
Ah! Estava a esquecer-me que eu não uso o Word para escrever. Isto porque o kindle eBook tem uma predileção pela importação de ficheiros Word.
Uso o Libreoffice e a versão que eu conseguia instalar no meu computador velhinho não conseguia gravar para ePUB. Instalei o Calibre editor, mas as coisas também não correram bem e entretanto tive que dar mais atenção ao meu, igualmente recém publicado, livro das “Orquídeas Silvestres da Arrábida“.
O computador velhinho (com mais de 17 anos mas graças ao Linux ainda servia para os gastos), foi finalmente reformado e, com a versão mais recente do Libreoffice, que já exporta para ePUB, e a igualmente mais recente versão do Calibre tudo foi mais simples. Era um processo novo para mim e por isso foi necessária muita aprendizagem, mas o eBook ficou pronto em poucos dias e mudei a minha opinião sobre o processo de criação de livros em formato electrónico da Amazon.
A questão dos ganhos é mais simples com o eBook. Se se entrar no programa Select (só se pode vender na Amazon) ou se se mantiver o preço dentro da gama ideal definida pela Amazon (3 a 10 USD), ganha-se 70% do preço de venda definido, mesmo uns cêntimos para despesas da venda do livro em si.

As duas versões do livro “A Revolta de Tuong” podem ser encontradas na Amazon através deste link:
https://www.amazon.es/dp/B08Q6NZZBR

Orquídeas Silvestres da Arrábida – Press Release

Orquídeas Silvestres da Arrábida
Wild Orchids

Armando Frazão

Press Release em PDF

Apresentação

O livro das Orquídeas Silvestres da Arrábida representa o levantamento mais completo das orquídeas silvestres actualmente conhecidas para esta zona geográfica. Fortemente baseado em fotografia, foi criado com uma grande preocupação estética e pretende usar a imagem como porta de entrada para despertar o interesse sobre estas plantas e o cuidado ambiental para com elas e para com os ecossistemas/habitats completos que as suportam.

A primeira parte do livro tem um enquadramento da área geográfica e uma introdução didáctica aos vários aspectos da biologia das orquídeas, sempre acompanhados de fotografias e ilustrações. A segunda, e a maior parte, é o guia de campo das orquídeas silvestres da Arrábida, com cuidadas fotografias de página inteira e outras que se ‘intrometem’ com o texto para ilustrar os diversos aspectos identificativos de cada planta.

É um livro bilingue, em português e inglês, para responder também ao turismo da natureza que existe na Arrábida.

Vídeo de apresentação: https://youtu.be/bvVW-O8UbIM
Website oficial: http://orchids.armandofrazao.com
Disponível na Livraria Online do autor: http://armandofrazao.com/shop/

—————

Orquídeas Silvestres da Arrábida / Arrábida Wild Orchids
@ 2020 Armando Frazão
formato 148mm x 210mm
172 páginas a cores
publicado pela Prime Books
ISBN: 978-989-655-430-9
Depósito Legal: 476747/20

A Revolta de Tuong – Press Release

A REVOLTA DE TUONG
de
Armando Frazão

Press Release em PDF

Sinopse

1546 Após Apocalipse
A Terra e o Estado Mundial vêem-se a braços com batalhas constantes contra os movimentos anarquistas.
Com a ajuda dos Tuarianos e em prol de um ideal de paz, um oficial terrestre sacrificou o seu corpo e, através da biotecnologia extraterrestre, melhorou os seus desempenhos físicos e intelectuais. Tornou-se Tuong.
As suas capacidades e a tecnologia extraterrestre mudaram o pendor da guerra a favor do Estado Mundial e da aliança com Tuar.

Mas as ambições de Tuar para com a Terra ultrapassam em muito a ajuda oferecida e, quando Tuong o descobre, não pode deixar de se insurgir.
Numa aventura em que se vai sentindo cada vez mais humano e cada vez menos Tuong, ele lidera a sua equipa por eventos repletos de acção, surpresas, perseguições e vinganças pessoais.
Usando as melhores armas que tem – a inteligência e a astúcia – tenta desesperadamente fazer vingar a sua revolta.
Porque trair a aliança é um assunto mortal, para ele e para a Humanidade.

——

“A Revolta de Tuong” é a primeira incursão do autor na Ficção Científica, numa faceta um pouco mais militarista, mas mantendo o nível de acção e aventura das obras de fantasia que já publicou anteriormente.

O autor agradece reviews e avaliações no Goodreads
https://www.goodreads.com/book/show/56252325-a-revolta-de-tuong
e/ou na Amazon
https://www.amazon.es/dp/B08Q6NZZBR

A Revolta de Tuong
@ 2020 Armando Frazão
formato 152mm x 228mm
210 páginas
publicado via KDP-Amazon
ISBN: 9798572147162

Website Oficial
http://tuong.armandofrazao.com

Disponível na Livraria Online do autor
www.armandofrazao.com/shop/

Na amazon.es
https://www.amazon.es/dp/B08Q6NZZBR
e nos outros principais mercados da Amazon

Contacto
contact@armandofrazao.com

O Despertar do Nefilim – Livro de David Costa

Confesso que Anjos e demónios (e não estando a falar de Dan Brown), possessões e exorcismos, céu e inferno, não é leitura que me chame muito a atenção e, apesar de o livro me ter despertado curiosidade, confesso que provavelmente não o teria comprado se não fosse aquela promoção de livro do dia na Feira do Livro! 🙂

E teria perdido com isso!

A trama d’O Despertar do Nefilim está muito bem idealizada e rapidamente me fez ultrapassar esse preconceito pessoal.
A evolução de Gonçalo, o nosso protagonista, é credível. Aliás, como com os restantes personagens, o autor não se agarra a estereótipos nem a personalidades extremadas, inconstantes ou imprevisíveis para dar sal à estória. A estória tem valor só por si e a determinada altura, damos por ela e queremos ler mais e saber mais e… chega ao fim!
Mas foi, sem dúvida, uma boa viagem.

Eu sei que já existe uma continuação e que haverá mais ainda. Mas este “final” deixa-nos com a sensação que era agora que ia começar tudo.

Depois de saber um pouco mais não se consegue deixar de relacionar algum do contexto do livro com o próprio autor. Fiquei com a impressão de que o narrador não é isento nem imparcial, mas diga-se de verdade que não vi qualquer problema nisso. Acho que faz parte.

Sobre a escrita em si, tenho que começar por dizer que nada do que vou apontar me pareceu um obstáculo ou me perturbou na fluidez da leitura, mas reparei nas coisas e só por isso é que não dou um rating mais elevado ao livro.
De início reparei que o narrador parece ser algo inconstante na polidez do discurso, ora usando palavras “caras” ora usando quase jargão em situações equivalentes. Depois do primeiro terço do livro essa sensação desapareceu por completo.
Alguns capítulos pareceram ser escritos com um estado de espírito diferente que induziu um estilo diferente no desenrolar dos acontecimentos. As cenas na esquadra de polícia, por exemplo, apesar de serem uma continuação coerente da estória, pareceram-me outro estilo, outro ritmo narrativo.
Encontrei também inúmeras pequenas “estranhezas” na escrita em detalhes que às vezes depois se esclarecem, mas que deixam uma primeira sensação de algo errado ou sinalizam demasiadas repetições.

Nada disto me fez perder o interesse na estória e a vontade de ler o próximo livro. Estou certo que terei a oportunidade de o fazer.
Recomendo a leitura, especialmente para quem goste deste género.

Dou-lhe 3,4 numa escala de 5.

Para contactar o autor: https://www.facebook.com/Odespertardonefilim/

E afinal o que tem a ver o anticristo que nasce no prólogo com tudo isto? 🙂
Pois não sei e fui perguntar ao autor. A resposta está no segundo livro: “O Despertar do Nefilim – A Batalha dos Caídos”

Pack Fantasia – Promoção de Natal!

Até ao final do mês de Dezembro este “Pack Fantasia”, com os meus três livros anteriormente publicados, está em promoção quando adquiridos directamente ao autor.

Entre em contacto com o autor através da página de contacto, da conta do Instagram @armando.j.frazao, da conta facebook /FrazaoArmando ou deixe um comentário neste post.

Para mais detalhes sobre os livros veja esta página: Os Meus Livros. Visite os respectivos websites para ainda mais informações.

O preço do Pack Fantasia completo é de €25.
O preço de Pagwagaya + Sonhos da Atlântida é €18.
O preço de Pagwagaya + Oussia é também €18.
Preços individuais: Sonhos da Atlântida: €11; Pagwagaya: €10; Oussia: €13.

Os livros serão entregues em mãos na zona de Lisboa.
Para outras zonas do país e quando não seja possível a entrega em mãos, acresce aos valores portes de envio.
Em envelope almofadado dos CTT:
3 livros: €3,5; 2 livros: €3; 1 livro: €2 (correio editorial simples)
Em caixa de cartão canelado re-utilizado:
3 livros: €2; 2 livros: €1,70; 1 livro: €1,1 (correio editorial simples)
Se pretender registo simples, acresce €1,75 (mencione no contacto).

Antecipe as compras de Natal, valorize os autores portugueses lendo e oferecendo os seus livros.

Obrigado.

O Beijo

O aluno entra sala adentro a correr, entusiasmado, e contrastando com o ritmo calmo do mestre. Imperturbável, este vira-se e encara o rapaz com um olhar inquisitivo.
– Tenho uma namorada! – exclamou ele.
– Ah! – disse o mestre, levantando o sobrolho.
– Beijámo-nos!
– Aaaahhh!
E o mestre virou-lhe as costas novamente.
– E porque me vens contar isso? – perguntou, enquanto cuidava das suas orquídeas – Por acaso não gostaste?
– Claro que gostei! Mas estive a pensar.
O mestre sorriu em silêncio e deixou o rapaz continuar.
– Tenho aprendido sobre energia consigo… e o beijo deixou-me quase fora de controlo.
– Huuummm.
– Como é que é um beijo em termos de energia?
– Como é que o sentiste?
– Esqueci-me de prestar atenção! Perdi a concentração.
– Parece-me bem! Se calhar é suposto ser assim.
– Mas assim posso não estar a tirar todo o proveito da experiência!
O mestre voltou a encarar o aluno, com olhar apreensivo.
– E a rapariga?
– O que tem?
– Gostou?
– Sorriu muito. Como eu! Acho que gostou.
– E achas que ia gostar se estivesses a analisar isso da energia?
– Não sei!
– Já sei que és casmurro. E que vais tentar analisar isso! Tem cuidado, não espantes a rapariga.
E voltou em silêncio para os seus afazeres.
Sem mais respostas, o rapaz abandonou a sala.

No dia seguinte voltou novamente, sensivelmente à mesma hora, e o seu semblante era menos entusiasmado, mas ainda feliz.
Esperou que o mestre se virasse na sua direcção.
– É maravilhoso! – exclamou.
– O que é maravilhoso?
– A energia do beijo!
– E porque não estás aos pulos como ontem?
– Não imaginei que fosse assim. É estranho perceber o que é um beijo!
– E não percebias antes?
– Não do mesmo modo. É diferente!
– Gostaste?
– Claro que gostei!
– E a rapariga?
– Continuou a sorrir. Acho que gostou.
– Sentiste alguma coisa diferente?
– Acho que não. – disse pensativo.
– Parece-me igual. Não vejo diferença.
– Mas…
– O beijo não mudou.
– Mas, mestre…
– O mundo não muda por tu o perceberes. Tu é que mudas. A tua perspectiva é que muda. Um beijo ainda é um beijo. Como sempre foi.
E o mestre levantou um vaso e admirou uma das suas plantas viçosas.
– Coitada da rapariga! – murmurou entre os dentes.


______________________
Este texto foi escrito e publicado em 2015, como parte de uma edição especial da Chiado Editora para celebrar o Dia Mundial do Livro.

Miasma – Livro de D.D. Maio

Li este livro, de uma amiga escritora, há uns dias.

É um livro pequeno que se consegue ler de uma assentada. Nem por isso deixa de ter o seu toque de suspense, a sua dose de inesperado e revelação. Bom para nos aproximar das personagens deste universo criado pela autora nos 2 livros anteriores: Nepenthos e Solstício.
Cumpriu ou até excedeu ligeiramente as expectativas.

Podem encontrar mais informações e onde comprar ou fazer download neste link:

https://ddmaio.blogspot.com/2020/09/miasma-novo-conto-de-d-d-maio.html

Deixo-vos as palavras da própria autora:

Quando Eric desconfia que existe uma presença maligna no castelo, Hildegaard aceita visitá-lo para lhe assegurar que está a imaginar coisas. O que encontra apanha-a desprevenida. Mais difícil do que enfrentar uma entidade das trevas é assumir o conflito no seu próprio coração.

“Miasma” é um conto em Low Fantasy, dramático e romântico, com elementos de sobrenatural.

Tuong e o regresso à revolta

A Revolta de Tuong foi um texto que escrevi originalmente em 2013.
É o texto mais ficção científica que alguma vez escrevi e para o qual resolvi tentar uma experiência: ir publicando na internet, aos bocados, à medida que ia escrevendo. Foi um teste de divulgação já que os meios de divulgação que tinha usado nos outros livros nunca me tinham levado para além do meu círculo de conhecidos.

E foi outro fracasso!
Bem, é também um facto que em Portugal a apetência, e mesmo o apreço, por ficção científica é baixo e isso seria suficiente para não ter resultado brilhantes. Mas mais uma vez não consegui sair do meu círculo de conhecidos.

O texto era para ser uma primeira parte de duas.
Mas o incentivo para escrever desapareceu e, sem vontade de “investir” (e perder boa parte de) mais um ou dois milhares de euros como na minha publicação anterior , o suposto livro ficou na gaveta até este ano de 2020.

Conheci uma amiga que me veio falar de meios de publicação mais baratos e simples e em que se pode conseguir uma qualidade muito interessante se se souber fazer todo, ou quase todo o trabalho sozinho.
Entretanto as minhas habilidades de criação gráfica e de paginação evoluíram muito e sou hoje muito mais capaz de fazer um projecto de livro com um aspecto bem mais apelativo.

Para além destes texto tenho mais dois, igualmente na gaveta.
Escrevi-os pelo gozo, pela experiência e para alargar horizontes, em termos de escrita, obviamente.
E essa amiga acabou por me convencer a analisar a possibilidade de publicar os meus textos engavetados. Não como antes, não a gastar balúrdios em vanity publishing, mas de modo mais autónomo. Depois de ver várias possibilidades, escolhi o que vou tentar a seguir:

A Amazon.
A Amazon tem o KDP (Kindle Desktop Publishing) que é um programa que permite a qualquer pessoa fazer um livro (impresso ou eBook) e colocá-lo à venda (e divulgá-lo/promovê-lo) nessa mesma plataforma. Até pode não dar resultados excelentes, não sei, mas o potencial é sem dúvida grande!
Se não der em mais nada, será mais uma fase de aprendizagem como foram todas as outras.

Voltando À Revolta de Tuong.
Testei as minhas capacidades em montar/criar cenários fictícios, e até uma nave espacial, e estou neste momento com a capa que mostro aqui em cima. Estou bastante satisfeito com os resultados 🙂
O texto entretanto já passou por uma gigante revisão minha e pelo crivo de algumas pessoas para me ajudarem a descobrir erros e a melhorar a qualidade da escrita. Ainda tenho aí bastante trabalho a fazer.

Mas está tudo bem encaminhado e, logo a seguir à publicação do meu livro das “Orquídeas Silvestres da Arrábida“, vou tentar ter este nas bancas virtuais até ao Natal.
Mais um presente de Natal interessante para considerarem adquirir, para vocês ou para aquele amigo que não consegue viver sem um pouco de ficção científica na mesa-de-cabeceira 😉

P.S. E até já estou novamente a engendrar outras estórias ligadas a esta realidade do Tuong, talvez a tal segunda parte, ou talvez outra coisa que ainda não tinha pensado antes!

Eu e as Orquídeas Silvestres

Actualização: O livro está publicado e disponível.
Visite o website orchids.armandofrazao.com

Devo andar a fotografar orquídeas silvestres na Arrábida há perto de 20 anos. Primeiro incentivado pelas caminhadas de um amigo, depois pelo gosto pela fotografia dos detalhes e da natureza.
A actividade foi-se tornando mais regular (durante a época da floração pelo menos) e mais sistemática até, há uns 5 ou 6 anos, surgir a ideia de um livro sobre estas plantas, talvez de fotografia, talvez mais do que fotografia.

Não demorou muito tempo até perceber que iria ser muito mais do que fotografia – embora a fotografia fosse a base e a grande atracção estética do livro – e fui esboçando os primeiros layouts e objectivos.

No início de 2017 passei por uma alteração drástica de vida, iniciada por uma mudança profissional não menos drástica. Fiquei com muito mais tempo disponível para avançar com este projecto.

Ao longo de 3 anos, foram centenas de saídas de campo, muitos milhares de fotografias e, noutro aspecto até então pouco desenvolvido, dezenas, se não também centenas de artigos lidos, muito estudo e muita investigação, procura de contactos e ajudas diversas e a sistematização de toda a informação recolhida em campo, a grande maioria por mim, mas também alguma gentilmente cedida por outras pessoas.
E, ainda outro aspecto, a parte gráfica de design, da capa e do interior, e a paginação.
Foram 3 anos de aprendizagem extremamente intensiva em todas as áreas ligadas à criação de um livro deste tipo.

O trabalho estruturou-se num livro fortemente baseado em imagem que vai desde as fotos de página inteira às imagens de fundo branco que se intrometem com o texto, passando pelo gráficos, barras e icons representativos de muita da informação recolhida. A imagem é a porta de entrada a convidar o interesse do leitor.
Para além da parte do guia de campo, há uma parte inicial bastante desenvolvida de enquadramentos e descrições dos vários aspectos da biologia das orquídeas silvestres e não apenas das orquídeas da Arrábida.
É também um livro bilingue (Português e Inglês) porque na Arrábida já existe um significativo turismo da natureza, parte dele de origem exterior a Portugal.

Ao mesmo tempo fui procurando opções de publicação e potenciais parcerias e, quando o livro já estava numa fase quase fechada, a opção de publicação apareceu e as parcerias também.
O resultado foram mais meses de negociação e, como consequência, o livro deu um salto enorme em termos de qualidade, em termos de “acreditação” científica, em termos de importância por se ir integrar num projecto mais amplo e, espero, em termos de divulgação e alcance.

Tudo acertado, está agora na fase final da edição. Com tudo revisto, espero que a publicação possa finalmente acontecer em Outubro.
Espero também que seja um livro que vá encantar o leitor e trazer uma ajuda ao conhecimento das orquídeas e das boas práticas ambientais para com as plantas e o resto da natureza.